Na corrida pela transformação digital empresas do mundo todo buscam se destacar, adequando novas tecnologias ao seus meios de produção, fenômeno que também é conhecido por indústria 4.0.
A IoT – Internet of Things (Internet das Coisas) é uma das tecnologias que se posiciona entre as líderes nessa guinada tecnológica industrial, sendo cada vez mais utilizada por empresas que desejam monitorar com precisão suas etapas de produção.
A Eclipse Foundation realizou uma pesquisa online para identificar a opinião das empresas a respeito da IIoT – Industrial Internet of Things (Internet Industrial das Coisas). A pesquisa foi realizada com 366 empresas no final de 2019 e os resultados foram divulgados em março de 2020. Confira abaixo quais foram as descobertas:
Crescimento gradual do IIoT
Embora a expectativa de crescimento fosse maior, a IIoT mostra que a sua adoção vem crescendo e que mais da metade dos entrevistados estão empenhados em utilizá-la.
Dentre os entrevistados, 40% já utilizam a internet das coisas em seus meios de produção, 22% planejam implantar em até 2 anos e 10% não planejam utilizar.
O que chama atenção é o fato de 29% não possuírem uma opinião formada a respeito da IIoT, o que demonstra que pouco mais de 100 empresas ainda desconhecem os benefícios da tecnologia, ou não estudaram à respeito.
É notável que a tecnologia vive um estágio inicial de adoção mundial e ainda não se propagou da forma que se espera, o mesmo que aconteceu com a internet nos anos 80.
Investimentos conservadores
A questão do investimento salienta o quanto as empresas ainda estão inseguras para realizarem aportes na tecnologia, o que é muito natural, afinal esperam identificar o ROI – Return Over Investiment (Retorno sobre o Investimento) para chegarem a uma conclusão da viabilidade.
Dentre as empresas que adotam a tecnologia mencionadas acima, 30% planejam gastar menos de U$ 100 mil com a tecnologia em 2020, enquanto 15% estão dispostas a gastar até 10 vezes mais, com um limite de U$ 1 milhão e 7% 100 vezes mais, limitando o gasto a U$ 10 milhões. Um seleto grupo de 5% vê a possibilidade de gastos superiores a U$ 10 milhões.
A insegurança é notável quando identificamos que 43% ainda não sabem o quanto pretendem gastar, ou seja, quase metade dos entrevistados aguardam resultados para que assim possam dar o próximo passo.
O que se pode concluir é que essas empresas estão acreditando no potencial da internet das coisas, mas ainda querem ver em números a relevância do investimento.
Empresas que se consolidaram
Os resultados aqui obtidos complementam a questão anterior e podem servir de parâmetro para as empresas que ainda estão em dúvida quanto ao investimento a ser realizado.
Das empresas que já possuem um orçamento fixo para a IIoT, 40% pretendem aumentar o investimento durante o ano de 2020, 36% ainda não sabem, 21% irão manter e apenas 3% diminuirão o valor aportado.
Código aberto
Com relação ao código de programação dos dispositivos, o open source, ou código aberto é o preferido para 60% dos entrevistados, dentre os quais 37% preferem uma mescla de código aberto e de código próprio. Já 23% estão dispostos a utilizarem somente código aberto.
Uma pequena parcela de 14% pretende utilizar unicamente códigos próprios, enquanto 26% ainda não chegaram a uma conclusão.
Embora os resultados estejam bastante equilibrados, o open source já demonstra uma tendência de sua futura predominância.
Computação em nuvem
As opiniões se mostram bastante divididas quanto a estratégia adotada para o armazenamento em nuvem que deve operar em sincronia com a IoT.
A utilização de nuvens híbridas lidera com 26%, já as nuvens privadas somam 22%, enquanto 20% escolheram unicamente a nuvem pública. Apenas 10% encontraram a solução na utilização de múltiplas nuvens.
Se compararmos esse tópico com o anterior, notamos que as empresas estão mais predispostas a utilizarem o código aberto, mas são mais receosas quanto ao armazenamento das informações próprias, preferindo mantê-las pelo menos em um parcial nível privado de armazenamento.
Dentre os serviços disponíveis no mercado, 37% pretendem utilizar o Amazon AWS IoT, 31% o Azure da Microsoft e 27% o Google Cloud Platform.
Utilização e cuidados
A pesquisa mapeou o cenário interno dessas empresas para compreender como é a realidade vivenciada no dia à dia.
O cenário predominante a ser destacado é que a maioria dessas empresas possui menos de 100 colaboradores, totalizando 58%. Os desenvolvedores serão os principais usuários da ferramenta, somando 54%.
A maior prioridade na IoT é a segurança no armazenamento das informações, com 26% dos votos. Já 19% acreditam que é a performance da tecnologia, enquanto 17% disseram que é a qualidade das análises obtidas.
Foram entrevistadas empresas de dezenas de ramos, porém o predominante é o de Tecnologia da Informação, somando 41% dos participantes.
Essas empresas estão localizadas em todos os continentes: 35% estão na Europa e África, 31% na Ásia e Oceania, 15% na América do Norte, 7% na América Latina e 12% em outras regiões.
A IoT e a IIoT seguem uma crescente adoção em todo o mundo, o que está visível na pesquisa. Observamos que as empresas sempre se mostram cautelosas ao adotar uma nova tecnologia, mas depois de aderida, os resultados falam por si e o investimento passa a ser mais robusto.
Fonte: ABII